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Tem menos apetite no verão? Entenda porquê e as estratégias a adotar

11 Jul 2023 - 10:13

Tem menos apetite no verão? Entenda porquê e as estratégias a adotar

Nos dias de muito calor, sobretudo durante o verão, há quem não tenha vontade de comer e só pense em bebidas frescas. Mas porque é que isso acontece? Todas as pessoas ficam com menos apetite no verão? Quais os cuidados a ter para continuar a comer bem nos dias mais quentes?

Porque é que algumas pessoas têm menos apetite no verão?

Em declarações ao Viral, a nutricionista Catarina Custódio admite que, de facto, no verão, há pessoas que têm menos vontade de comer. Isto acontece, porque, “com aumento da temperatura ambiente, os mecanismos de termorregulação do corpo humano” alteram as “hormonas que regulam o apetite e a saciedade”.

Já no inverno, por norma, “ocorre o inverso”, dado que a “exposição ao frio acaba por aumentar o apetite e, por consequência, potencia uma maior ingestão energética”, acrescenta.

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No entanto, nem todas as pessoas sentem estas mudanças de apetite, porque “as respostas do organismo humano acabam sempre por ser altamente individuais e variáveis”. Isto porque pessoas diferentes “têm diferentes níveis de adaptação às diferentes temperaturas, ao calor e ao frio”.

Por outras palavras, “apesar de, de forma geral, se verificar que um aumento de temperatura diminui o apetite, existem sempre diferentes variáveis que são muito individuais”, reforça a nutricionista. “Daí não se verificar com todas as pessoas, ou na mesma magnitude”, esta diminuição da vontade de comer, conclui.

Quais as estratégias a adotar para comer bem no verão?

O mais importante é que se coma bem seja verão ou inverno. Ou seja, que haja “uma alimentação equilibrada, adequada, e que se opte por alimentos com uma elevada qualidade nutricional” durante todo o ano.

O ideal seria, portanto, “garantir uma alimentação com fibra, fruta, hortícolas, alimentos mais ricos em antioxidantes, menos processados, menos gorduras e menos açúcares”, explica Catarina Custódio.

Claro que “isto tem de ser tudo inserido na dinâmica da vida de cada pessoa” e depende de fatores como “a vida familiar, social, horários de trabalho e preferências próprias”.

A nutricionista aconselha, por isso, a encontrar “um equilíbrio entre aquilo que se pretende que seja uma boa alimentação e aquilo que a pessoa consegue fazer no seu dia a dia”.

Para quem tem menos apetite durante o verão, Catarina Custódio recomenda a escolha de “refeições mais leves, mais frescas e mais facilmente digeríveis” e lembra que é fundamental “não esquecer de garantir um bom nível de hidratação é muito importante”. 

Tendo em conta que, “com o calor há maiores perdas de água por transpiração”, a nutricionista aconselha o consumo regular de água, fruta, sopas e saladas.

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Na perspetiva de Catarina Custódio, as comidas mais frias contribuem para “diminuir a nossa perceção de calor”, motivo pelo qual “temos mais propensão para ingerir bebidas e alimentos mais frescos” nesta altura do ano.

Por outro lado, “quem não tem muito apetite deve evitar os alimentos com excesso de gordura ou de sal, fritos, molhos”. Isto porque, “já que não tem tanto apetite, é benéfico comer comida com mais qualidade e que não tenha uma digestão tão difícil”, sustenta.

Comer menos no verão tem consequências negativas para a saúde?

Catarina Custódio começa por adiantar que “não existe nenhuma regra, nem no que respeita às quantidades ingeridas, nem ao fracionamento de refeições”.

Assim, a quantidade de comida que se deve ingerir “é sempre muito variável e deve ser ajustada em função de cada pessoa”, defende. Portanto, “a nível biológico, de forma geral, não há necessidade de obrigar a comer, não se justifica”.

Também “existe muito aquela ideia de que se tem de comer de três em três horas, mas não é verdade”, argumenta a nutricionista. 

De facto, “há certas coisas que devemos garantir como, por exemplo, que a pessoa não fique demasiado tempo sem comer, para evitar que chegue à refeição seguinte com excesso de apetite”. 

Isso, muitas vezes, “faz com que se coma em demasia” ou que se escolha alimentos menos ricos do ponto de vista nutricional.

“Para uma questão de manutenção de massa muscular, também é aconselhado não ficar demasiadas horas sem comer alguma proteína”, exemplifica. 

No entanto, “de modo geral, não há nenhuma consequência grave se a pessoa não tiver apetite para todas as supostas refeições que se deve fazer”, frisa.

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Claro que “há sempre populações com as quais temos de ter um especial cuidado, quer ao nível de alimentação, quer ao nível de hidratação”. Na perspetiva de Catarina Custódio, fala-se, neste caso, de idosos, crianças e grávidas.

Por fim, existem também “casos muito específicos, nomeadamente, algum tipo de situação clínica que exige um especial cuidado”. Contudo, sublinha, essas circunstâncias são avaliadas e acompanhadas a nível clínico.

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Alimentação

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Alimentação | Apetite | Verão

11 Jul 2023 - 10:13

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